7 de abr. de 2008


Nostalgia. Sempre acompanhada pela solidão. Amiga da noite e da lua impassível. Por que fugir de si mesma sabedora de que sempre se encontrará num circulo sem fim. Falsas amizades. Esperanças falhas. E a certeza sobre todas as horas. Não há ninguém. Namorados muitos, mas todos em busca do mesmo. Prazer e dor. Dicotomia indisfarçável do nada ao nada.
Sentada agora neste café noturno numa cidade grande. Realizada? não. Mas o que deseja na verdade? qual o seu obejtivo de vida? Tudo o que quer é uma pessoa amiga paa conversar! Amiga! alguma vez já teve uma amizade verdadeira? Dificil resposta. Tantas vezes foi traída... outras traidora e a sufocante angústia de que sempre caminhou em duas direções opostas. Quem queria ser? quem de fato era. A essência da vida era a inquestionável solidão. Nunca conseguiu se livrar dessa certeza mesmo em meio a muita gente.
Escolheu seus proprios caminhos e os seguiu. Escolheu sua carreira e lutou para galgar espaços numa área em que ser mulher era um obstáculo. Contudo, não era de desistir, nunca se dobraria diante de qualquer dificuldade. Lutar sempre, vencer ás vezes. Mas a inquestionável pergunta: para que? O que fazer com a liberdade de escolha? Eram tantas as possibilidades que a independência financeira havia lhe proporcionado... No entanto, entre os muitos caminhos por onde se arriscou e se atirou de corpo inteiro, acabou enfim arcando com os ônus da indesejável solidão. Hábitos regulares ou irregulares. Fuga e compensação. Disciplinada ou não. Tanto faz se a cada esquina continua a perene surpresa: não há nada nem ninguém para encontrar. Faz um gesto autômato para pedir a conta. Sai apressadamente acompanhada pela própria sombra ouvindo a orquestra ritmada dos sapatos sobre a calçada insólita. Sabe o que há espera... Um colchão macio e confortavelmente vazio...

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