30 de abr. de 2008


Mas afinal o que é solidão? No dicionário está definido como está só ou o estado de daquele que se sente só. A solidão é um estado interno, é principalmente certo sentimento de que algo ou alguém está faltando. Uma sensação de separatividade e desconexão com algo ainda inconsciente, sendo que numa visão espiritual seja a separação de Deus.
Atualmente, muitas pessoas optam por moraremm só e que apresentam um a vida bastante independente. Não podemos dizer que são pessoas solitárias, desde que elas se sintam em paz consigo mesmo. Entretanto, o que se mostra é que o sentimento de solidão pode estar presente em qualquer lugar ou situação. A pessoa pode sentir solidão durante uma festa com os amigos, no trabalho e até mesmo dentro de casa com a própria família. Para mim a pior solidão é aquele que sinto entre gente conhecido, é o não poder me enturmar, a solidão que a timidez traz para dentro de mim.
Cada ser humano vem sozinho ao mundo, atravessa pela vida como uma pessoa separada e morre finalmente sozinho. As fases de passagem pela vida física e para além dela trazem muitas experiências, onde tudo é passageiro e impermanente. As situações, os encontros e os fatos da vida surgem, permanecem por algum tempo e se vão.
Portanto, procuro refletir quando estou me sentido solidão. Com o que ainda está resistindo no momento atual? Existe algo que precis partir e eu ainda não percebi ou não aceitei essa possibilidade?
A idéia da separação e do estar só é apenas uma ilusão, pois nada se vai totalmente e nada está separado. Ficará sempre a lembrança no qual contém toda a experiência e vivência ocorrida o que é muito rico.
Perceber quandolestá se sentindo só é muito importante para o meu crescimento. Utilizar-me desse sentimento como uma alavanca para assumir plenamente a minha vida, para agir a partir disso, fortalecer a minha base e seguir em frente, manifestando a minhaa própria força dentro dos meus objetivos.
objetivo: Tenha a sua própria companhia, dê atenção, escute, e acolha aquilo que você é e manifesta. Seja o seu melhor amigo. A partir de então, você perceberá que a solidão deixará de existir naturalmente.

7 de abr. de 2008


Nostalgia. Sempre acompanhada pela solidão. Amiga da noite e da lua impassível. Por que fugir de si mesma sabedora de que sempre se encontrará num circulo sem fim. Falsas amizades. Esperanças falhas. E a certeza sobre todas as horas. Não há ninguém. Namorados muitos, mas todos em busca do mesmo. Prazer e dor. Dicotomia indisfarçável do nada ao nada.
Sentada agora neste café noturno numa cidade grande. Realizada? não. Mas o que deseja na verdade? qual o seu obejtivo de vida? Tudo o que quer é uma pessoa amiga paa conversar! Amiga! alguma vez já teve uma amizade verdadeira? Dificil resposta. Tantas vezes foi traída... outras traidora e a sufocante angústia de que sempre caminhou em duas direções opostas. Quem queria ser? quem de fato era. A essência da vida era a inquestionável solidão. Nunca conseguiu se livrar dessa certeza mesmo em meio a muita gente.
Escolheu seus proprios caminhos e os seguiu. Escolheu sua carreira e lutou para galgar espaços numa área em que ser mulher era um obstáculo. Contudo, não era de desistir, nunca se dobraria diante de qualquer dificuldade. Lutar sempre, vencer ás vezes. Mas a inquestionável pergunta: para que? O que fazer com a liberdade de escolha? Eram tantas as possibilidades que a independência financeira havia lhe proporcionado... No entanto, entre os muitos caminhos por onde se arriscou e se atirou de corpo inteiro, acabou enfim arcando com os ônus da indesejável solidão. Hábitos regulares ou irregulares. Fuga e compensação. Disciplinada ou não. Tanto faz se a cada esquina continua a perene surpresa: não há nada nem ninguém para encontrar. Faz um gesto autômato para pedir a conta. Sai apressadamente acompanhada pela própria sombra ouvindo a orquestra ritmada dos sapatos sobre a calçada insólita. Sabe o que há espera... Um colchão macio e confortavelmente vazio...

2 de abr. de 2008

Terça-feira, १
NEGRO OU PRETO: COMO SE DECLARAR O AFRICANO NO BRASIL

Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrista e Presidente do CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke.Com o avançar da luta contra a discriminação racial no Brasil, grupos se auto-declaram negros ou pretos. Alguns dizem: “preto é cor e negro é raça”. Ninguém diz que é da raça preta. Sabemos que há uma só raça, que é a humana, e ela foi criada por Deus no Jardim do Édem, segundo os criacionistas. Conforme os estudos históricos, hermenêuticos e exegéticos, os homens foram criados da cor da lama preta. Os evolucionistas acreditam que houve uma evolução do ser humano; e os fósseis mais antigos estão na África. Por conseguinte, toda a humanidade surgiu nesta terra abençoada, com bastante melanina, da cor preta.Os europeus, com as suas línguas, renomearam locais e civilizações. Como exemplo, temos a palavra Mesopotâmia, que na língua grega significa "entre rios" (meso - pótamos). Sabemos que a Grécia começou a formar-se provavelmente entre 2.000 a.C a 1800 a. C . As civilizações que estavam na Mesopotâmia já existiam há milhares de anos e chamavam essa região “terra dos étiopes”.Não podemos perder o foco da discussão. Essas colocações acima são apenas uma chamada à reflexão sobre a palavra negro e a palavra preto. E já vos deixo estas perguntas:Qual civilização européia denominou os habitantes da África de negro ou preto?Como devemos nos auto-declarar, sem um conhecimento da história, etnolingüística e da semântica?O que está por detrás da palavra negro?Qual é o seu verdadeiro significado?Como se auto-declaravam, nos documentos, os antigos egípcios?O que significa nigger e black na língua inglesa?Não sendo eu um etnolingüista, este texto é uma provocação para que as pretas e pretos lingüistas emitam opiniões e, assim, trabalhemos para a (des)construção da dominação lingüística que paira sobre o nosso povo. Sendo esse texto bem pessoal, o leitor observa a minha preferência pelo termo preto e não negro. Acredito que todo escrito traz implícita uma dose de parcialidade. Também é fato que todos os pan-africanistas que conheço se auto-declaram africanos no Brasil e pretos na diáspora.A palavra negro vem do latim niger e nigur, que se originou do grego necro, e significa “morte”. Você pode se lembrar de quantas palavras do radical grego necro temos na língua portuguesa? A palavra necromancia, que significa adivinhação através dos mortos, se aplica como “magia negra”. Sem falar de necrotério. Uau! Só coisa de morte. E aí começam os problemas. Foram os romanos quem usaram esta palavra, que em algumas línguas neolatinas se tornou: nègre – francês, negro – espanhol, negro – português, nero – italiano.A língua é usada para dominar, manipular, distorcer. A língua é uma das formas mais eficazes de o explorador racista dominar um povo, e a língua portuguesa é oriunda de nações escravizadoras: os gregos e os romanos.Na África, até a chegada dos europeus, não havia “negros” e “pretos”, mas africanos de múltiplas e variadas tradições culturais. Os africanos, de múltiplas cores, tornaram-se “negros” apenas em relação aos europeus dominadores. Assim escreveram Maestri e Carboni, em A Linguagem escravizada.É interessante notar que a antropologia européia cria o vocábulo negro para “estudar e classificar” as civilizações invadidas, especialmente da África. A antropologia é uma das mais poderosas armas do europeu para mistificar e manipular as civilizações invadidas e dominadas.Conforme os escritos do afrocentrista Cheik Anta Diop, os egípcios se consideravam povos da pele “preta como o carvão” e tinham apenas um termo para designar a si mesmos: kmt "os pretos" (literalmente). O adjetivo kmt significa rigorosamente "preto'', ou, pelo menos, “homens pretos”. O termo é um coletivo que descrevia, portanto, o conjunto do povo do Egito faraônico como um povo preto. E eles foram uma das mais antigas civilizações da África e do planeta.A nossa conversa está ficando muito longa e, como disse anteriormente, estamos começando a discussão.Ser negro ou ser preto? Ou ser africano na diáspora?Como você leitor (a) se declara?Esse espaço está aberto para que possamos denegrir as palavras com um empretecimento do nosso ser.
Postado por CNNC/BA