27 de mai. de 2007

Luzia Joanna
Final de uma tarde de verão. O ano? 1984. Março. Rua Agapito Fernandes no Jequiezinho. Cenário de um dos melhores dias da minha vida. Talvez hoje passados mais de vinte anos a memória me traia. Talvez não. Me recordo de que ela estava vestida de um vestido branco, com alças. Curtos o suficiente para admirar a beeza ímpar de sua belas pernas, esculpidas por minha paixão juvenil. O que as tornava mais belas. O coração batia em total descompasso como um bumbo em uma parada da guarda municipal. Seus olhos negros me atingiam e feriam mais que mil holofotes. Exuberantes seios e uma boca fina de lábios delicados. Meu amor não era tímida. Eu sim. Seus olhos exalavam a paixão de uma mulher, ainda que só tivesse quinze anos. Eu na meu incontido desejo, não sabia o que fazer com as mãos. Uma troca de beijos e olhares. Carícias primeiras de dois adolescentes aprendizes nessa longa jornada da vida. Medos e recatos comuns aqueles que ainda não sabem das infinitas probabilidades do próprio corpo de sentir prazer.
Momentos únicos de uma irrepetível primeira vez. Amor apixonado e suave prazer. Orgasmo. Talvez sim, mas a certeza de que agora se faz parte de um novo rol. Daqueles que conhecem o poder de Eros. Experimentaram da maçã e que estranhamente não foram expulsos do paraíso.
Ao contrário libertos da culpa da inexperiência. Corpo lasso. Por trás das corinas azuis. O impávido ceú cor de chumbo. E o silêncio quebrado apenas pelo ritmo de dois corações apreensivos e esperançosos. Se fosse possível parar o tempo, esse seria o momento ideal. Ainda porque nossas vidas teriam rumos diversos. Bem falo como adulto hoje. Não. Tento recuperar a magia daquele tempo e sei o quanto é difícil. Calejado por falsa ilusões e paixões passageiras que o tempo e axperiência nos levaram. A vida com diria Cecília Meireles ´"só é possível reiventada.