22 de set. de 2007


Contos diversos

Quando o inverno chegou já estava prostrada na cama. As dores do reumatismo aumentavam cada vez mais à medida que o frio se intensificava. Linda, deslumbrante e maravilhosa havia sido em sua juventude. Agora era nada mais que um monte de ossos unidos por uma tênue camada de pele e tendões que doíam a cada instante. Sentia a morte se aproximar como uma nuvem escura que sem nenhum impedimento torna o azul do céu em cinza e chumbo turvando o horizonte.

Sabia que daquele quarto escuro, mórbido e frio jamais sairia. Nos poucos momentos de sobriedade lembrava-se com ternura de sua neta, Helena, tão distante mas sempre tão solícita, tão pronta a ajudá-la em qualquer momento. Ligava todos os dias para ela e ás vezes só de ouvir a voz de Helena suas dores diminuíam. Contudo agora, mesmo que quisesse não conseguiria falar com sua neta, pois a voz já não saía, o máximo que podia era emitir alguns sons guturais quase sempre ignorados por sua filha.

Ouviu vozes ao redor. No entanto não distinguia se eram vozes do presente ou apenas ecos de um passado remoto. Vozes imaginárias vindas de um passado distante e glorioso. Época na qual podia abrir as portas da sua casa para receber a nata da sociedade local em festas memoráveis. Tão concorridas eram estas que os convites eram esperados com impaciência pelos membros abastados daquela cidade.

- Maria, Maria! – gritou, porém não sabia se foi ouvida ou não. Tão fraca voz! Rouca, quase um sussurro.

Maria aparece com seu sorriso de eterna juventude, dentes brancos e bem feitos como de uma modelo daqueles comerciais de creme dental. Voz macia e veludosa qual um roupão felpudo que se usa após um banho refrescante.

- Quero água – sussurra, talvez apenas tenha pensado – não sabe se falou mesmo. Já não consegue diferenciar o que é real ou imaginário em sua vida.

Sabe apenas que por mais que tente apanhar alguma coisa, as mãos não se movem. Ouve Maria lhe perguntar alguma coisa. Ela lhe conta sobre a as novidades do São João em Jequié. A cidade está cheia. Muitas pessoas de fora chegam para curtir o forró e rever família e amigos. Helena em breve chegaria com o marido.

Enquanto as palavras cantantes de Maria soavam pelo quarto, seus pensamentos divagavam pelos outrora dourados anos em que sua casa ficava repleta de amigos nas festas juninas. Gente bonita, gente elegante, que vinha de Salvador, Ilhéus e até do Rio de Janeiro como os Góis sempre tão amáveis. Amigos do tempo da faculdade. Amigos que fizera nas lides do Fórum Bertino Passos . Gente que fizera parte de sua vida tão rica e feliz. Alguns já morreram, outros como ela ainda penavam a espera do desenlace final.

Do que se arrependia? Talvez do que não fez ou do que deixou de fazer por medo ou receio de se comprometer. O que faria outra vez se tivesse outra oportunidade? Viajaria mais, amaria mais, talvez fosse mais compreensiva com os outros. Seria menos possessiva em relação aos filhos e também cobraria menos do saudoso marido que se foi tão cedo. Alberto. Sempre tão carinhoso, tão solícito, tão pronto a satisfazer todas as vontades. A perda de um ente tão querido trouxe-lhe sofrimento no início, depois revolta e até que aos poucos no decorrer dos anos, foi se tornando em resignação. Se amou outros homens após a viuvez, foi só ocasionalmente na vã tentativa de preencher o vazio sufocante deixado por Alberto que partiu com apenas trinta e cinco anos.

Não se lembrava dos nomes desses namorados. Será que algum deles a amou de verdade? Ou apenas teria sido um objeto, uma espécie de troféu a ser exibido? Pois sabia que era cobiçada pelos homens da cidade. Alguns da sua idade, outros mais velhos ou ainda alguns jovens impetuosos que pensavam ser possível dominá-la. Se cansava deles facilmente, não iria perder a liberdade e a auto-estima mendigando carinho de ninguém. Nunca prometia fidelidade, também nunca exigia nada. Queria ser livre na sua viuvez, para seguir seu caminho sem impedimento ou compromisso oficial algum pois, conhecia vários exemplos: Amigas que viviam um casamento de mentira. Tendo de dividir os maridos com amantes. Algumas cometendo o disparate de se rebaixar a ponto de ir às vias de fato com mulheres de reputação duvidosa.

Sempre foi determinada e decidida e jamais se permitiria descer tanto. Se mantinha altiva. Sabia o seu lugar. Sabia que era digna de receber amor e ser amada de verdade, tolo do homem que pensasse o contrário.

Percebe que Maria ainda está falando, agora sobre uma certa vizinha ou algo parecido, sempre sorrindo ela descrevia os novos moradores da casa ao lado. Casa que pertencia a Doutor Apolinário e Rute sua esposa, tão tímida, tão recatada. Lembra-se da chegada desse casal à cidade nos idos anos cinqüenta. Juiz de direito que vinha assumir a comarca de Jequié com apenas vinte nove anos, doutor Apolinário foi recebido com festa. Ela mesmo fez um jantar em sua casa para recebê-los. Compareceram como sempre toda a alta sociedade. Jantar promovido por ela era um verdadeiro sarau. Com direito a crônica de Luís Cotrim e poesia de Alberto Grillo, sem contar a voz de Lúcio Meira que em seu violão cantava as mais belas canções de Sílvio Caldas.

Lembra-se dos olhares trocados entre o Doutor Macedo Vieira, médico recém-formado que havia montado um consultório médico, na rua Alves Pereira, de frente à Jequitaia Tecidos e que já possuía uma boa clientela e sua amiga Márcia Caribé. Com cara de conquistador, daquele tipo que aparece em filmes de faroeste, muito afetado e egocêntrico, pensava ser o tal. Mas o flerte durou pouco, afinal Márcia, sempre foi muito discreta em seus relacionamentos e não permitiria que outros percebessem. O jantar seguia tranqüilo. O prefeito, com jeito de coronel, plantador de cacau e proprietário de duas imensas fazendas que ocupavam toda a extensão do distrito de Florestal, contava dos melhoramentos feitos no bairro Joaquim Romão, e da chegada da eletricidade em todos os bairros da cidade, tão logo o governador liberasse a verba para a companhia de eletricidade; o Professor Alberico exortava à mulher do juiz sobre o clima da cidade e dizia que apenas o calor aumentasse ambos poderiam passar algum tempo na fazenda dele onde o clima era mais ameno que na cidade.

Alberto Grillo pede licença para saudar os novos membros da comunidade e discursa sobre a imparcialidade da justiça, sobre a divisão dos poderes e termina convidando todos a um brinde em homenagem ao casal recém-chegado, logo após declama uma de suas novas composições poéticas e num tom ufanista fala do entardecer, dos últimos raios que o sol espraia sobre a cidade de Jequié.

Lúcio Meira tem oportunidade de nos brindar com sua bela voz de barítono e seu violão sempre tão afinado, deixa a todos enlevados de prazer com uma ótima apresentação musical.

Maria leva água a sua boca e interrompe mais uma vez as memórias de Vânia que sorve a água com sofreguidão. Como era mesmo o nome do filho do doutor Apolinário? Álvaro? Talvez Alvino ou Aldair, não se lembra. Sabe que tinha cabelos lisos, bem pretos e que era tímido como a mãe, quase não levantava os olhos e só respondia ao que lhe perguntavam. Vestido numa camisa de viscose muito branca e uma calça de tergal preta, parecia muito pouco à vontade naquela mesa.

O jantar seguia tranqüilo e sereno. Vez por outra um vento frio entrava pelas janelas e balançava as imensas cortinas vermelhas da sala de estar. Vozes se alternavam numa conversa alegre e festiva. Mais uma vez o prefeito Laércio Torres retoma a conversa com voz grave e alta falando da política da região e da disputa eleitoral que se aproxima; para o prefeito, qualquer pessoa que não o elogiasse era oposicionista e dizia claramente não suportar esse tal regime democrático que permitia tanta liberdade de opinião.

- A democracia é a responsável de tanta bagunça no país, vejam só esse presidente Juscelino, quantos comunistas ele emprega no governo, será que ninguém vê isso? – dizia o prefeito.

- O que queres Laércio, que aqui vire uma espécie de grande Paraguai, governado por generais? – rebateu o professor Alberico Nunes, filho e neto de advogados, sempre prezou a liberdade e a democracia.

- Que seja! Venham os militares e coloquem ordem nisso que está aí, por que não?

Alberto interveio na discussão talvez com receio de se tornar a noite num debate político, dizendo que Juscelino não era comunista e que o Brasil tinha uma constituição que por si só impedia qualquer arroubo aventureiro de quem quer que fosse.

- Ademais o povo escolhe sempre homens responsáveis para administrar o país, não há o que temer – concluiu Alberto.

A noite seguia tranqüila. Um vento fresco vindo do sul soprava incessante nesta noite repleta de estrelas no fundo escuro do céu de setembro.

Esther e Alberto! sentiam que aquele amor nunca teria fim. De fato haviam sido feito um para o outro. Não podia conter a admiração que sentia por ele. Sabia que o seu marido era um homem equilibrado e sensato e nunca tivera ciúmes dele. A brisa, as vozes, os acordes do violão davam-lhe uma moleza no corpo, talvez efeito de dois cálices de vinho que tomou durante o jantar. Ah! Como queria que aquela noite não tivesse fim. Como queria voltar ao passado! Alberto tão elegante naquele blazer azul, sorriso lindo, apertando sua mão com carinho como se dissesse você é magnífica por nos brindar com uma noite igual a essa.

O primeiro a ir embora foi o prefeito. Homem da roça, não costumava dormir muito tarde e sempre acordava antes das seis da manhã. Despediu-se de todos com um sólido aperto de mão. Gigante com quase dois metros de altura, era um colosso. Forte. Impávido apesar dos quarenta e cinco anos, realmente de uma robustez admirável. Cotrim também sai logo após dizendo que ao chegar em casa faria uma crônica sobre essa noite e sobre a chegada do novo magistrado na cidade. Despede-se solenemente do Doutor Apolinário e de sua esposa e jovialmente de Esther e Alberto. Sai abraçado com sua esposa em direção ao carro que estacionaram em frente da casa. Alberto Grillo e Lúcio Meira despedem-se também dizendo que por ser a noite uma criança não iriam imediatamente para casa porém...

Não completaram a frase mas pode-se entender muito bem para onde foram. O juiz e sua esposa agradecem a recepção e dizem que vão querer retribuir um jantar em sua casa logo após se instalarem com mais comodidade. Aos poucos a casa vai ficando vazia, um a um vão saindo e por fim na grande sala de jantar ficam apenas a brilhante Esther e seu marido. Ambos satisfeitos. Mais uma vez puderam dar um jantar maravilhoso organizado por ela.

Maria oferece-lhe água e ela sorve o delicioso líquido com prazer. Cansada de ficar deitada pede a Maria que a coloque na cadeira de rodas, faz gestos para explicar o que seus lábios já não conseguem expressar. Maria sem muito esforço consegue acomodá-la na cadeira e abre a janela de onde ela pode ver o movimento das pessoas que passam na rua. O sol fraco de junho meio encoberto pelas nuvens não consegue aquecer o seu corpo envelhecido. Mas a brisa fresca roça-lhe o rosto com ternura, o que para ela é um prazer. Percebe que na casa ao lado seus novos vizinhos estão cortando uma imensa árvore plantada ainda na época do doutor Apolinário, uma amendoeira de quase quatro décadas de existência. Imponente, mas não resiste à força da moderna moto serra, em pouco tempo seus galhos vão ao chão, um a um, até ficar reduzido ao tronco.

Lembra-se perfeitamente que quem plantou a amendoeira foi o pai de Salete, Seu Euclides, farmacêutico, o primeiro morador daquela casa. Salete e ela eram da mesma idade e ambas estudavam no antigo Ginásio do Padre, ali na avenida Rio Branco. Brincavam no amplo quintal das duas casas. No quintal de sua casa tinha uma casa de madeira que seu pai lhe deu de presente e na de Salete, muitas plantas e flores pois, seu Euclides e dona Corina eram apaixonados por plantas e passavam as horas vagas cuidando do jardim.

Tempo! O que é isso? Uma hora era uma menina despreocupada brincando no fundo do quintal em um outro está sentada em uma cadeira recordando-se do passado.

Salete após o término do curso Normal foi para o Rio de Janeiro. Seu Euclides perdeu a farmácia após se endividar com os bancos devido a uma fazenda que comprou financiada pelo Econômico e não conseguiu pagar. Dona Corina havia morrido dois anos antes de um fulminante ataque cardíaco quando vinha da feira num dia quente de janeiro.

Viria ainda a se corresponder com Salete durante vários anos. Mas aos poucos as cartas foram rareando até cessarem de todo. Um dos filhos de Salete foi até nomeado delegado de Jequié na década de oitenta. Ficou pouco tempo, apenas dois anos, sendo transferido posteriormente para a capital.

Os homens que cortam os galhos da amendoeira não sabem quem foi Euclides, muito menos Salete e não se recordam do doutor Apolinário. São jovens o suficiente para só olharem para frente. Não perdem tempo com recordações. Fazem a vida acontecer. Nenhum deles estão preocupados com a iminência da morte. Com certeza querem celebrar o momento como todos os jovens fazem.

Finalmente o grosso tronco é derrubado. E ela não pode deixar de comparar aquela queda com a sua própria vida. Tanta vaidade. Tanto luxo. Para que? Para terminar os dias em cima de uma cadeira de rodas? Nunca foi religiosa e isso sempre causava-lhe ás vezes, uma certa angústia. Uma amiga muito religiosa, Luzia, sempre que conversavam falava-lhe de uma nova vida, coisas desse tipo. Mas ouvia apenas por educação. Sua posição social, suas amizades não eram condizentes com religiosidade, apesar de ir a missa de vez em quando ou ir a casamentos e batizados quando convidada.

Luzia. Justamente por causa desse mulher tão rigidamente puritana, que ela teve o privilégio de viver uma dos capítulos mais fascinantes de sua vida.

CAPÍTULO II

Maio de 1956. O vento ainda morno soprava sobre os cabelos de Esther na descida da rua da Itália próximo ao prédio dos correios. O céu parcialmente coberto de nuvens e um verão que teimava em não terminar. O mormaço poderia ser sinal de chuva. Ou não. O clima em Jequié era realmente uma incógnita. Alguns poucos estudantes vindos da Escola Castro Alves passam fazendo algazarra, entre sorrisos e gritos, esses barulhentos e irrequietos meninos vão curtindo a beleza da adolescência. Esther sente saudades. Saudades do filho que ainda não teve. No início do casamento sentia-se pressionada pelos parentes e amigos a ter um filho. Todos lhe perguntavam quando afinal viria o primeiro filho, mas o tempo foi passando e aos poucos todos foram se acostumando com a situação e Alberto nunca mesmo falou no assunto. Quando alguém questionava ele dizia que viria quando Deus quisesse.

Entra na avenida Rio Branco e se dirige a sua casa ali na rua Trecchina, o relógio da matriz anuncia que são cinco horas. Ao passar pelo portão sente o cheiro de sopa que Graça deve estar fazendo. Magnífica cozinheira. Tem o verdadeiro talento para as artes culinárias. Alberto dentre em pouco já estaria chegando da fazenda. Ele mal teria tempo para jantar e sairiam para uma sessão solene na câmara de vereadores. O membros desta casa resolveram de bom grato dar o título de cidadão jequieense ao velho farmacêutico Celli de Freitas e eles não iriam perder essa homenagem.

Alberto chega em casa às seis em ponto e mal dar tempo de jantarem, pois a sessão está marcada para ás dezenove e trinta. Partem sem muita demora: ele com um terno escuro e cabelo bem escovado, parecia um advogado e ela num vestido azul claro com um decote frontal que mandara fazer especialmente para aquela ocasião. Sentia-se feliz ao descer a rua ao lado do marido. Preferiram deixar o carro em casa.

Todos os amigos e conhecidos lá estavam. Sentam-se perto do professor Alberico que hoje está excepcionalmente elegante com um blazer azul marinho e uma camisa branca. Logo a frente deles estão o Lúcio Meira e o Alberto Grillo que os cumprimenta sorridente como sempre. Vozes abafadas, quase sussurradas ecoam aqui e ali, num burburinho inquietante da espera do início da cerimônia. Esther vê em uma das primeiras cadeiras o seu ex-colega de faculdade, Danilo, sobrinho do homenageado. Sente saudades do tempo em que ambos ainda estudantes de Direito, moravam em Salvador, quase vizinhos de República. Ele, na rua Chile, num apartamento com outros três colegas, e ela na Carlos Gomes dividia o apartamento com outras quatro. Nesta época, Alberto morava em São Paulo onde fora cursar agronomia. Já namoravam mesmo à distância, pelo menos nas férias de final de ano podiam ficar juntos por algum tempo. Enfim eram tempos deliciosos de pouca preocupação e muita diversão intercalado pelo estudo e compreensão das diversas matérias do curso. Quando Danilo se formou foi morar em Vitória da Conquista, onde montou um escritório e hoje tem uma clientela muito boa por lá. Passados apenas cinco anos de formado. Ela ainda enfrenta a resistência de muitas pessoas que não consideram uma boa idéia deixar suas querelas nas mãos de uma mulher. Mais Esther sempre soube que seria assim. Nunca se intimidou com isso. Altiva e confiante sempre levou a bom termo as causas que lhe caíram nas mãos.

A sessão solene começa e o presidente convida o homenageado a tomar assento na mesa. O secretário da casa ler os motivos que culminaram na outorga do título de cidadão jequieense ao doutor Celli, e após a leitura da ata da sessão recebe uma medalha, sob os aplausos da platéia. Nota-se claramente a ausência do prefeito, que naturalmente não gostava destes atos democráticos, e muito menos desta independência que os vereadores estavam demonstrando indicando alguém contra vontade dele para receber essa que era a maior honraria da cidade sol. Todos sabiam da antipatia que ele sentia pelo doutor, desde que este vendera um enorme terreno no bairro jequiezinho para um missionário protestante. O prefeito esperneou, berrou, mas o inflexível médico fez ouvidos moucos e não só vendeu como também passou a freqüentar os cultos que esse pastor e a esposa ministravam na casa que ele tinham lá na rua do oriente.

Ao voltar para casa Esther sente-se mal e quase desmaia no colo do marido. Sente vertigens pela segunda vez na mesma semana, e começa a desconfiar que pode estar grávida. Não pode dizer como na segunda-feira que foi apenas um desfalecimento por causa do calor pois, nesta noite estava ventando muito bem e o ar estava quase frio. No outro dia certamente iria marcar uma consulta com o doutor Sebastião Azevedo para ter certeza ou não da gravidez. Alberto já começa a sonhar com um menino correndo pela casa e, ela pensa nas noites mal dormidas que viriam quando o possível bebê viesse. Dorme sonhando com as transformações que viriam acontecer em sua vida.